Gerente de TI
- victornunes88
- 22 de ago.
- 8 min de leitura
Se você gosta de resolver problemas, organizar equipes e lidar com tecnologia, o caminho de Gerente de TI (Tecnologia da Informação) pode combinar muito com você. Esse profissional é quem coordena a área de tecnologia dentro de uma empresa: garante que os sistemas funcionem, as pessoas tenham as ferramentas certas para trabalhar, os dados estejam protegidos e os projetos digitais saiam do papel — tudo isso sem “entrar no código”, mas conversando com quem programa, com quem atende o cliente e com quem toma decisões de negócio. É uma função estratégica que mistura liderança, planejamento, comunicação, negociação e visão de futuro.

Disponível em: Foto de Lukas: https://www.pexels.com/pt-br/foto/codificacao-de-pessoa-no-laptop-574071/
O que é um gerente de TI
O gerente de TI é o responsável por planejar, organizar e liderar as atividades de tecnologia de uma organização. Seu foco está menos nos detalhes técnicos e mais em garantir que a tecnologia ajude o negócio a atingir metas: vender mais, atender melhor, trabalhar com segurança e eficiência. Ele traduz objetivos da empresa em projetos de tecnologia(como criar um site novo, adotar uma ferramenta de trabalho em equipe, reforçar a segurança de dados) e coordena pessoas e recursos para isso acontecer.
No dia a dia, o gerente de TI faz a ponte entre áreas diferentes (marketing, RH, finanças, operação) e fornecedores (empresas que prestam serviços de nuvem, internet, suporte, softwares). Também define prioridades, acompanha prazos, controla orçamento e toma decisões do tipo: “qual sistema escolher?”, “quando atualizar?”, “como responder a um incidente?”. É um trabalho dinâmico, bastante colaborativo e que exige curiosidade para se manter atualizado — sem precisar virar um especialista técnico em tudo.
O que faz
Conversa com as áreas da empresa para entender necessidades e prioridades.
Planeja projetos de tecnologia (escopo, prazos, custo, pessoas).
Organiza a equipe de TI (quem faz o quê, metas, rotinas).
Avalia e seleciona fornecedores e ferramentas (softwares, serviços de nuvem, internet).
Acompanha indicadores simples: disponibilidade dos sistemas, tempo de resposta, satisfação do usuário interno.
Cuida do orçamento de TI (licenças, equipamentos, serviços).
Lidera a comunicação em mudanças (lançamento de um sistema, nova política de senhas).
Promove treinamentos básicos para o time usar bem as ferramentas.
Apoia a segurança da informação (boas práticas de senha, perfis de acesso, backups).
Constrói planos de contingência para imprevistos (queda de internet, pane em servidor).
Negocia prazos e prioridades com outras áreas e diretoria.
Dá feedback e acompanha o desenvolvimento das pessoas do time.
No conjunto, o gerente de TI é um orquestrador. Em vez de “colocar a mão no código”, ele coordena pessoas e recursos para que tudo funcione junto. Isso inclui reuniões de alinhamento, elaboração de cronogramas simples, checklists de tarefas e relatórios claros para mostrar o andamento dos projetos. Em empresas pequenas, pode também operar plataformas (como painel de e-mail e site) sem grande aprofundamento técnico, sempre com apoio de especialistas quando necessário.
Responsabilidades
Definir prioridades da área de TI em acordo com a estratégia da empresa.
Planejar orçamento e justificar investimentos.
Escolher fornecedores e acompanhar contratos.
Garantir disponibilidade dos sistemas essenciais ao negócio.
Proteger dados com políticas e rotinas básicas de segurança.
Gerenciar prazos e riscos dos projetos.
Comunicar mudanças com clareza para toda a empresa.
Formar e motivar a equipe, cuidando de clima e feedbacks.
Mensurar resultados (ex.: redução de falhas, ganho de produtividade).
Cumprir normas internas e leis (como privacidade e proteção de dados).
Promover melhoria contínua em processos e ferramentas.
Representar a TI em reuniões com diretoria e parceiros.
Essas responsabilidades pedem visão sistêmica (ver o todo), organização e boa comunicação. O gerente precisa ouvir diferentes pontos de vista, decidir com informação e explicar o porquê das escolhas. É alguém que resolve, coordena e ajuda a empresa a tirar o melhor da tecnologia.
Áreas de atuação
Empresas privadas (varejo, indústria, serviços): coordenando a TI interna.
Startups e empresas de tecnologia: gestão de produtos e plataformas.
Setor público e terceiro setor: projetos de digitalização e serviços ao cidadão.
Consultorias e integradoras: atendimento a vários clientes, projetos de implantação.
Educação e saúde: gestão de sistemas acadêmicos, prontuários e infraestrutura.
E-commerce: performance de site, pagamentos e segurança.
Serviços financeiros: governança de dados, compliance e disponibilidade.
Em cada ambiente, os desafios mudam. No varejo, por exemplo, a prioridade pode ser sistemas de vendas estáveis e integração com estoque; na saúde, sigilo e disponibilidade; em startups, lançar melhorias rápidas sem quebrar o que já funciona. O papel do gerente é equilibrar velocidade, custo e risco.
Como se tornar um
Dá para começar a trilha ainda no ensino médio: participe de projetos escolares, feiras de ciências, empresas juniores (no futuro), clubes de tecnologia e empreendedorismo. Isso desenvolve organização, trabalho em equipe e liderança.
Na formação, os caminhos comuns são:
Cursos técnicos (Informática, Redes, Desenvolvimento) para entender o “básico de tecnologia” sem ir a fundo.
Tecnólogos ou bacharelados (Gestão da TI, Sistemas de Informação, Administração) que unem noções de negócio e tecnologia.
Cursos livres de gestão de projetos, comunicação, produtividade, segurança da informação para não especialistas.
O primeiro passo profissional pode ser como estagiário ou assistente em TI, suporte ou projetos. Com o tempo, avance para analista e coordenação, até chegar à gerência. Paralelamente, desenvolva um portfólio de projetos (mesmo que simples), mostrando problema → solução → resultado. Busque mentoria, participe de comunidades e mantenha seu LinkedIn atualizado. O que mais pesa é capacidade de entrega e liderança, não um conjunto infinito de termos técnicos.
Habilidades necessárias para a profissão
Comunicação clara (oral e escrita).
Liderança e empatia (influenciar sem impor).
Organização e gestão do tempo.
Pensamento crítico (avaliar prós e contras antes de decidir).
Negociação (com áreas internas e fornecedores).
Visão de negócios (entender impacto no resultado).
Noções gerais de segurança e privacidade (boas práticas).
Leitura de indicadores simples (disponibilidade, satisfação, custos).
Curiosidade e atualização sobre tendências.
Essas habilidades são treináveis. Para praticar, vale conduzir pequenos projetos (um site para a escola, a organização de um evento, o inventário de computadores de um laboratório). O importante é documentar, aprender com erros e mostrar resultados.
Salário médio
O salário varia bastante por setor, região, porte da empresa e nível de responsabilidade. Segundo o salario.com.br(CBO 1425-15 – Gerente de Operação de TI), a média nacional está em R$ 14.762,92/mês, com piso em R$ 14.359,73 e teto em R$ 31.590,87, atualizado em 06 de agosto de 2025 com base em 2.506 vínculos formais do CAGED. Esses valores consideram regime CLT e 42 horas semanais.
Já os dados reportados por profissionais em plataformas de mercado sugerem faixas mais amplas, especialmente em capitais e empresas maiores. O Glassdoor indica faixa base mais comum entre R$ 8 mil e R$ 20 mil/mês, com média de R$ 15 mil/mês registrada na página do cargo (observação: números podem variar por cidade, empresa e benefícios).
Para PJ e freelancers de gestão (em projetos de implantação, migrações ou consultorias), a renda depende do escopo, duração e carteira de clientes. Bonificações por metas e participação nos lucros também podem elevar a remuneraçãoem empresas médias e grandes.
Local e ambiente de trabalho
O gerente de TI pode atuar em modelo híbrido ou remoto, usando ferramentas de videoconferência e colaboração no dia a dia. Em empresas maiores, a rotina costuma seguir sprints ou ciclos de projeto, com reuniões curtas de alinhamento, acompanhamento de cronogramas e painéis simples de status. Em ambientes menores, o gerente acaba mais “mão na massa”, organizando fornecedores, contratos, inventário básico de equipamentos e dando suporte às áreas.
O ambiente envolve múltiplas conversas: com usuários internos (para entender dores), com diretoria (para aprovar investimentos), com fornecedores (para negociar prazos e qualidade) e com a equipe técnica (para estimar esforços e remover obstáculos). Também é comum participar de comitês de segurança e privacidade, garantindo que práticas mínimas sejam seguidas (senhas fortes, backups, controle de acesso). O espaço físico pode ser o escritório da empresa, home office ou coworkings, e o essencial é ter organização, concentração e boa conexão.
Mercado de trabalho
O mercado de TI no Brasil vem crescendo acima da média global, puxado por digitalização, nuvem, segurança cibernética e aplicações de IA. Projeções de 2025 indicam que o setor de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) deve crescer cerca de 13% no país, à frente da média da América Latina, segundo análises da IDC divulgadas por veículos especializados. Isso inclui aumento de gastos em nuvem pública, data centers, infraestrutura e soluções de ERP, além de maior atenção à segurança por conta dos ambientes híbridos. Para quem gerencia TI, esse cenário significa mais projetos, mais decisões e mais necessidade de liderança para priorizar o que gera resultado.
A ABES, em estudo feito com a IDC, projeta que o mercado brasileiro de software, serviços e hardware cresça 9,5% em 2025, mantendo o Brasil na liderança da América Latina e entre os dez países que mais investem em tecnologia no mundo (cerca de US$ 59 bilhões em 2024). Em termos práticos, isso se traduz em mais investimento para modernizar sistemas, adotar IA de forma responsável e reforçar a segurança — áreas em que o gerente de TI participa ativamente na priorização e implementação.
Há, no entanto, desafios. O Brasil convive com déficit de profissionais qualificados, já apontado por estudos setoriais; ao mesmo tempo, cresce a pressão por produtividade, redução de custos e conformidade (privacidade e proteção de dados). Em empresas médias e grandes, a TI deixa de ser apenas “suporte” e passa a ser parceira do negócio, mensurando indicadores simples (ex.: disponibilidade dos sistemas, tempo para atender chamados, satisfação do usuário, economia obtida) e comunicando resultados. Isso abre espaço para novos líderes que tenham boa base de gestão, consigam conectar tecnologia e estratégia e conduzam transformações graduais, sem promessas mirabolantes.
Tendências que devem marcar a rotina do gerente de TI nos próximos anos:
Ambientes híbridos (nuvem + data center), com decisões de custo x performance.
Segurança como prioridade: políticas simples, treinamento e respostas rápidas a incidentes.
IA aplicada à produtividade: automação de tarefas repetitivas e apoio à tomada de decisão (sempre com governança).
ERP e sistemas de negócio ganhando protagonismo na eficiência operacional.
Capacitação contínua e atração/retorno de talentos, já que a demanda segue alta.
O recado para quem está começando: não precisa dominar tudo de tecnologia. Para iniciar uma carreira que pode levar à gerência, desenvolva organização, comunicação, liderança e ética, e entenda o básico de como os sistemas se conectam ao trabalho das pessoas. Mostre em projetos simples que você ouve, planeja e entrega. Esse é o diferencial que o mercado procura.
Perguntas frequentes sobre a profissão
1) Preciso saber programar para ser gerente de TI? Não. Ajuda entender conceitos gerais e como os sistemas se integram, mas o foco é liderança, planejamento e decisão. Você coordena especialistas.
2) É possível trabalhar remoto? Sim. Muitas empresas adotam modelos híbridos ou 100% remotos para equipes de TI, com reuniões e entregas acompanhadas por ferramentas online.
3) Quais são as principais metas do gerente de TI? Disponibilidade dos sistemas, segurança dos dados, produtividade das pessoas e redução de riscos/custos sem travar o negócio.
4) Dá para crescer para além da gerência? Sim. Os caminhos incluem diretoria de TI (CIO/CTO), gestão de produtos digitais ou consultoria em transformação digital e governança.
5) O que mostrar em entrevistas? Casos reais (mesmo simples) com problema → plano → resultado. Mostre como você priorizou, negociou e garantiu entrega.
Links e vídeos úteis
Estudo ABES + IDC 2025 (crescimento de 9,5% e tendências do setor):
https://tiinside.com.br/20/03/2025/mercado-brasileiro-de-software-deve-crescer-95-em-2025-aponta-estudo/ (TI Inside)
Previsões IDC para o Brasil 2025 (crescimento de 13% em TIC, nuvem, segurança, IA):
https://inforchannel.com.br/2025/02/13/idc-divulga-previsoes-otimistas-para-o-brasil-com-o-mercado-de-tic-crescendo-13/ (Inforchannel)
Salário – Gerente de Operação de TI (CBO 1425-15) – média, piso e teto atualizados (CLT, CAGED):
https://www.salario.com.br/profissao/gerente-de-operacao-de-tecnologia-da-informacao-cbo-142515/ (Portal Salario)
Salários reportados por profissionais (Glassdoor) – faixas por empresa e localização:
https://www.glassdoor.com.br/Salários/gerente-de-ti-salário-SRCH_KO0,13.htm (Glassdoor Brasil)
Catho – carreira de Gerente de TI (visão geral e mercado):
https://www.catho.com.br/profissoes/gerente-de-tecnologia-da-informacao/ (Catho)
Brasscom – estudos e relatórios do setor (demanda de talentos e perspectivas):
https://brasscom.org.br/estudos-e-relatorios/ (brasscom.org.br)




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