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Professor de Artes

Se você curte criar, observar, escutar e experimentar — e acha incrível quando a escola vira espaço de expressão — o Professor de Artes pode ser a sua cara. Na prática, esse profissional ajuda a turma a ler o mundo por meio de imagens, sons, movimentos e cenas, conectando repertórios do cotidiano com referências de diferentes épocas e culturas. Não se trata só de “fazer desenho ou colagem”: a aula de Arte cria oportunidades para sentir, pensar, criar, compartilhar e refletir.


No Brasil, a Arte é um componente reconhecido nas políticas educacionais e aparece como parte essencial da formação no Ensino Fundamental; no Ensino Médio, integra a área de Linguagens e suas Tecnologias, com ênfase em projetos, investigação e articulação com outras áreas. Ou seja: há espaço para quem deseja unir criatividade + educação + cidadania, em escolas públicas e privadas, projetos culturais, museus e muito mais.


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O que é um Professor de Artes


É o educador que planeja, conduz e avalia experiências artísticas na escola. Em linguagem simples: ele cria situações de aprendizagem nas quatro grandes linguagens reconhecidas nacionalmente — Artes Visuais, Dança, Música e Teatro — e, cada vez mais, em Artes Integradas (misturando linguagens e tecnologias). O foco está menos em “ensinar um jeito único de fazer” e mais em provocar processos: observar, pesquisar, experimentar materiais e técnicas, dialogar com obras, produzir, apresentar e conversar sobre o que foi vivido.


Os documentos nacionais (BNCC) organizam essa área e reforçam dimensões como criação, fruição, crítica e reflexão, ajudando o professor a equilibrar prática e leitura de mundo.

Para dar aula na educação básica, a LDB determina que a formação docente seja, como regra, em nível superior (licenciatura). Em Arte, as faculdades costumam oferecer Licenciatura em Artes Visuais, Música, Teatro ou Dança, além de cursos de Educação Artística. Há também formações complementares e continuadas para quem já está em sala.


O que faz


  • Planeja aulas que misturam fazer artístico, apreciação de obras e conversas sobre sentidos e contextos.

  • Apresenta repertórios diversos (artistas, estilos, movimentos, culturas), ampliando referências da turma.

  • Propõe experimentações com materiais variados (papel, som, corpo, objetos, recursos digitais).

  • Conduz projetos e mostras artísticas (portfólios, murais, saraus, cenas, pocket shows).

  • Integra linguagens (Artes Integradas) e dialoga com outras disciplinas.

  • Media discussões sobre o que os estudantes criaram e viram, estimulando crítica e reflexão.

  • Cuida do ambiente (organização, segurança, acesso a materiais) e combina regras de convivência.

  • Avalia processos com critérios claros, registrando avanços individuais e do grupo.

  • Usa tecnologias (foto, vídeo, edição simples, visitas virtuais a museus) para ampliar a experiência.

  • Acompanha a BNCC e adapta sequências às realidades da escola e da comunidade.

  • Documenta (fotos, diários de bordo, portfólios) e compartilha com famílias/comunidade.

  • Participa de formações e projetos da rede, mantendo atualização pedagógica e artística.


No dia a dia, o Professor de Artes negocia tempo e espaço: prepara a sala, organiza materiais acessíveis e baratos (muito se reaproveita!), convida a turma a experimentar e conversar sobre o que criou, e costura as produções com contexto cultural — de artistas locais a obras clássicas. A BNCC encoraja o trabalho em diferentes linguagens e dimensões(criação, crítica, fruição etc.), e a ideia de Artes Integradas ganhou força nas propostas pedagógicas recentes.


Responsabilidades


  • Planejar com intencionalidade (objetivos, materiais, tempo, avaliação).

  • Garantir segurança nas práticas (materiais adequados, organização, combinados).

  • Promover inclusão e respeito à diversidade cultural, racial, de gênero e de corpos.

  • Mediar conflitos e incentivar a escuta entre pares.

  • Avaliar processos (não só o produto final), com devolutivas claras.

  • Registrar evidências de aprendizagem (portfólios, rubricas simples, fotos).

  • Dialogar com famílias e comunidade sobre o valor pedagógico da Arte.

  • Cuidar de acervo e materiais (uso responsável, limpeza, reposição).

  • Trabalhar em equipe com outras áreas e compartilhá-las em projetos e eventos.

  • Atualizar-se em repertório, metodologias ativas e uso pedagógico de tecnologias.

  • Respeitar normativas da rede/gestão (BNCC, calendário, relatórios).

  • Zelar pela ética do trabalho com imagens e vozes dos estudantes (consentimento).


Essas responsabilidades garantem que a aula de Arte seja experiência de aprendizagem e não só “tarefa manual”. Documentos de referência (BNCC/Resolução de implantação) reforçam a centralidade de linguagens e projetos para que a Arte tenha sentido formativo.


Áreas de atuação


  • Escolas públicas (municipais/estaduais/federais) e privadas da educação básica.

  • Institutos, ONGs e projetos culturais (oficinas, formações, ações comunitárias).

  • Museus, centros culturais, bibliotecas e espaços de memória (mediação/educação).

  • Cursos livres (ateliês, dança, teatro, música, audiovisual para jovens).

  • Produção cultural e curadoria educativa (mostras, festivais escolares).

  • Tecnologia educacional (conteúdo e recursos digitais para Arte).


Além da escola, muitos professores ampliam atuação com mediação culturalaulas particularescursos livres ou projetos em parceria com secretarias de cultura. Plataformas e instituições culturais oferecem recursos didáticos gratuitos que apoiam o professor nesse trânsito entre sala de aula e cidade.


Como se tornar um


O caminho mais comum é fazer Licenciatura em uma das áreas de Arte (Artes Visuais, Música, Teatro, Dança) — ou Educação Artística — e, depois, concorrer a vagas em redes públicas (por concurso) e privadas (processos seletivos). Passo a passo prático:

  1. Escolha a licenciatura: procure faculdades reconhecidas e com estágio supervisionado robusto. A LDB orienta que a formação para a docência na educação básica seja, como regra, em nível superior (licenciatura).

  2. Portfólio de formação: guarde evidências de processos criativos (seus e de estudantes acompanhados nos estágios), relatórios, sequências e rubricas.

  3. Vivência cultural: visite museus e centros culturais, explore acervos digitais e construa repertórios conectados à cultura brasileira (indígena, afro-brasileira, popular e contemporânea).

  4. Concursos e seleções: para a rede pública, acompanhe editais da sua cidade/estado; para a rede privada, prepare aula teste e um miniportfólio.

  5. Formação continuada: participe de cursos e comunidades de prática (institutos e redes que oferecem formação gratuita em Arte e BNCC).

  6. Tecnologias: aprenda a usar ferramentas simples de foto/vídeo/edição, visitas virtuais a museus e plataformas educativas — isso potencializa projetos com a turma.


Habilidades necessárias para a profissão


Antes de qualquer técnica específica, o que mais importa é postura pedagógica:

  • Escuta e acolhimento (todo mundo pode criar).

  • Mediação de processos (perguntar mais, mandar menos).

  • Organização (tempo, materiais, combinados, registro).

  • Repertório cultural variado e curiosidade por novas referências.

  • Comunicação clara (explicar, mostrar, exemplificar).

  • Avaliação formativa (foco no processo, critérios transparentes).

  • Criatividade prática (resolver com pouco recurso e muito sentido).

  • Trabalho em equipe e colaboração com outras áreas.

  • Uso pedagógico de tecnologias (do celular a acervos digitais).


Essas competências fazem a diferença no cotidiano: com planejamento simples + mediação atenta + repertório vivo, as aulas ganham corpo e a turma se engaja.


Salário médio


Quanto ganha um Professor de Artes? Na rede pública, existe o Piso Salarial Profissional Nacional do Magistério(referência para docentes da educação básica com 40h semanais). Em 2025, o MEC fixou o piso em R$ 4.867,77 — cada rede (estado/município) precisa oficializar o valor e as condições, então podem existir diferenças locais.

Para ter parâmetros de mercado por cargo/CBO, plataformas que compilam dados oficiais (CAGED/eSocial) ajudam:


  • Professor de Artes no Ensino Médio (CBO 2321-05): a página do Salario.com.br traz tabelas 2025 com piso, média e teto, além de recortes por estado/porte. Use para comparar propostas formais.

  • Professor de Artes (Fundamental – 5ª a 8ª): também há recortes por região e faixa de experiência. Vale checar ao mirar essa etapa.


Na rede privada, salários e benefícios variam por cidade, porte da escola e jornada (muitas vezes por hora-aula). Em qualquer cenário, olhe o pacote total: salário + hora-atividade + benefícios (VT, VR, plano) + formação oferecida + progressão.


Local e ambiente de trabalho


O Professor de Artes transita entre sala multiusopátioquadra e às vezes uma sala-atelier. É comum organizar “ilhas”de experimentação (desenho/pintura; objetos; som/voz; corpo/movimento) e rodízios para a turma experimentar linguagens. Onde há poucos recursos, o segredo é planejar com materiais acessíveis (papelaria básica, sucata limpa, som do celular com caixa simples) e combinados de uso e cuidado.


A rotina envolve: preparar materiais, receber a turma, disparar uma provocação, abrir espaço para criação e partilharegistrar (foto + breve relato) e fechar com conversa/critério de avaliação. Em dias especiais, a escola vira palco/galeria: apresentações, murais, exposições, saraus. A tecnologia entra como ampliadora — câmera do celular para registrar processos, edição simples para clipes, visitas virtuais a museus e exploração de acervos online.


Mercado de trabalho


O cenário para quem quer ser Professor de Artes combina o tamanho do sistema educacionalmovimentos da rede pública/privada e políticas de tempo integral:

1) Sistema grande e diversoSegundo o Censo Escolar 2024, o Brasil tem 47,1 milhões de estudantes distribuídos em 179,3 mil escolas. Apesar de uma leve queda nas matrículas totais em relação a 2023, a escala continua enorme — e Arte é componente curricular reconhecido nas políticas nacionais, o que sustenta demanda por docentes habilitados.


2) Rede privada em expansão recenteOs dados de 2024 mostram crescimento da rede privada (cerca de 9,5 milhões de alunos), enquanto a rede pública teve redução no período. Para professores, isso significa oportunidades em escolas particulares, redes de franquias educacionais e cursos livres — especialmente em capitais e cidades-polo.


3) Tempo integral abrindo espaço para projetosPrograma Escola em Tempo Integral fomenta a criação de matrículas com jornada ampliada (7h diárias / 35h semanais) nas redes. Com quase todo o país aderindo aos ciclos 2024–2025 e investimentos federais específicos, as escolas têm mais tempo pedagógico para projetos interdisciplinares, oficinas e Artes Integradas — terreno fértil para quem é de Arte e gosta de trabalhar com outras áreas.


4) BNCC consolidada e Artes Integradas em evidênciaBNCC, implantada por resolução nacional, consolidou a Arte nas quatro linguagens e abriu caminho para integraçãoentre elas e com tecnologias — algo que muitas redes já traduzem em projetos e sequências. Isso exige professores com postura investigativa e habilidade de planejar experiências, mais do que replicar “receitas”.


5) Recursos e redes de apoioInstituições culturais e plataformas oferecem materiais gratuitos (acervos digitais, planos de aula, cadernos do professor). Quem se conecta a essas redes amplia repertório e ganha ideias de baixo custo que funcionam em qualquer escola.

O que isso significa para sua carreira?


  • Empregabilidade depende do diploma (licenciatura), do portfólio (sequências + registros) e da disponibilidadepara atuar em diferentes turnos.

  • Concursos em redes municipais/estaduais seguem ocorrendo; acompanhe seu estado/município.

  • Rede privada busca professores que integram linguagens, usam tecnologia com sentido e comunicam bem com famílias.

  • Projetos culturais e mediação em museus/centros culturais são complementares e podem virar segunda renda.


Como se destacar


  • Monte um kit base (planejamento simples, rubrica formativa, checklists de materiais, modelos de portfólio).

  • Use acervos digitais para aproximar a turma de obras e artistas brasileiros (negros, indígenas, contemporâneos).

  • Traga projetos para a escola (exposição/sarau) — produto final mobiliza a comunidade e valoriza o trabalho.

  • Mostre evidências do que os alunos aprenderam (antes/depois, relatos, fotos autorizadas).

  • Construa parcerias com Língua Portuguesa, História e Educação Física (corpo/voz/movimento).


Perguntas frequentes sobre a profissão


Preciso de licenciatura para dar aula de Arte? Sim. A LDB orienta formação em nível superior, licenciatura para a docência na educação básica (com exceções específicas para educação infantil/início do Fundamental, na modalidade normal). Para atuar como Professor de Artes, busque licenciaturas na área.


Arte é obrigatória? Em quais linguagens? A BNCC reconhece Artes Visuais, Dança, Música e Teatro e encoraja Artes Integradas e projetos. No Ensino Médio, Arte integra a área de Linguagens e suas Tecnologias, com flexibilidade para itinerários e projetos interdisciplinares.


Qual é o piso do professor em 2025? O MEC fixou o piso nacional em R$ 4.867,77 (40h). Estados e municípios precisam oficializar localmente; benefícios e jornadas variam.


Dá para trabalhar fora da escola? Sim: museus, centros culturais, ONGs, projetos sociais, cursos livres e produção cultural. Acervos digitais e programas educativos ampliam oportunidades.


Links e vídeos úteis


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