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Soldador

Curte montar coisas com as próprias mãos, gosta de ver estruturas ganhando forma e se anima com a ideia de trabalhar em obras, fábricas, estaleiros ou oficinas? A profissão de soldador pode ser sua praia. O soldador é o profissional que une peças metálicas e ajuda a construir de tudo: portões, pontes, caminhões, navios, torres eólicas, tubulações e muito mais. É um trabalho bem prático, que pede atenção, disciplina e segurança — e que faz diferença real no dia a dia das pessoas e das cidades.


No Brasil, a ocupação está no grupo dos trabalhadores de soldagem e corte de ligas metálicas, o que facilita achar vagas e comparar salários em bases oficiais. A demanda costuma acompanhar ciclos da construçãoindústria metalmecânicaóleo e gásnaval e energia renovável — áreas que seguem recebendo investimentos e mantêm o soldador como peça-chave.


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O que é um soldador


Em linguagem simples: soldador é quem prepara, posiciona e une peças de metal (e às vezes outros materiais), deixando a junção resistente e segura. Ele também faz cortesreparos e acabamentos em estruturas metálicas. É um ofício manual, mas com muita organização: checar medidas, ler instruções simples de serviço, separar equipamentos, cuidar de EPI (óculos, máscara, luvas) e manter o local de trabalho limpo e seguro.


No mercado formal, o cargo aparece no CBO 7243-15 e tem descrições detalhadas de atividades e ambientes típicos — uma referência útil para quem está começando e quer entender o que as empresas esperam. Além disso, há normas de segurança importantes para o dia a dia (como a NR-18, na construção, e a NR-34, em estaleiros), que trazem medidas de proteção para “trabalhos a quente” (soldagem e corte).


O que faz


  • Lê instruções do serviço (peças, medidas, prazos).

  • Prepara materiais e ferramentas (limpa, posiciona, fixa).

  • Monta e alinha peças antes da união.

  • Realiza a solda conforme o procedimento indicado no trabalho.

  • Faz cortes e furos quando necessário.

  • Inspeciona a união (olho treinado e testes simples).

  • Repara e retoca cordões de solda, quando preciso.

  • Faz acabamento (desbaste, escovação, limpeza).

  • Organiza o posto e guarda equipamentos.

  • Segue padrões de segurança (EPI, sinalização, ventilação).

  • Registra o que foi feito e reporta pendências à liderança.

  • Colabora com montadores, caldeireiros, pintores e outros profissionais.


No dia a dia, o soldador atua como “construtor de junções” — o ponto onde tudo se conecta. Em uma fábrica, pode trabalhar em linhas de montagem ou células; em obras, atua em estruturas metálicas; em estaleiros, participa de cascos e tubulações; em oficinas, lida com reparos de veículos, carrocerias e implementos. O trabalho é prático e progressivo: com experiência e cursos, dá para assumir serviços mais complexos, liderar times ou especializar-se em segmentos bem pagos (como naval e óleo & gás).


Responsabilidades


  • Zelar pela segurança (EPI, sinalização, extintor por perto).

  • Cumprir normas aplicáveis (como NR-18 e NR-34, dependendo do local).

  • Preparar corretamente as peças (limpeza, chanfragem quando houver, fixação).

  • Seguir instruções do serviço e da liderança.

  • Conferir medidas e tolerâncias simples.

  • Proteger o entorno (anteparos, faíscas, ventilação adequada).

  • Manter organização do posto e das ferramentas.

  • Cuidar do equipamento (arcos, maçaricos, tocha, cabos em bom estado).

  • Registrar o que foi produzido e reportar problemas.

  • Trabalhar em equipe com respeito e comunicação clara.

  • Respeitar prazos e padrões de qualidade combinados.

  • Atuar com ética (zero “gambiarras” que comprometam a segurança).


Essas responsabilidades existem porque soldagem envolve calor, faíscas e fumos. As normas deixam claro, por exemplo, a necessidade de anteparos incombustíveis para proteger outros trabalhadores e exigem medidas específicas em canteiros e estaleiros. Com rotina e atenção, isso vira hábito e o trabalho flui com segurança.


Áreas de atuação


  • Construção civil (estruturas metálicas, portões, grades, mezaninos).

  • Indústria metalmecânica (máquinas, implementos, estruturas).

  • Óleo e gás (refinarias, dutos, manutenção).

  • Naval (estaleiros, embarcações, estruturas offshore).

  • Automotiva e transporte (carrocerias, reboques, vagões).

  • Energia renovável (torres eólicas, suportes, bases).

  • Manutenção industrial (reparos, paradas de planta).


Cada setor tem ritmo e regras. Em construção, a NR-18 organiza o canteiro e o trabalho a quente; em estaleiros, a NR-34trata de segurança em solda, corte e movimentação; em refinarias e petroquímica, há paradas de manutenção com times grandes, prazos apertados e cuidado redobrado com segurança.


Como se tornar um


Dá para começar ainda no ensino médio: participe de feiras de profissões, visite unidades do SENAI, veja vídeos sobre rotina de soldadores e treine hábitos de segurança (atenção a regras, organização).


O caminho mais comum é fazer curso de qualificação em instituições reconhecidas, como o SENAI (que oferece formações na área de metalurgia e soldagem, com aulas práticas e foco em segurança). Em São Paulo, por exemplo, há cursos específicos de soldador ao arco elétrico e oxigás e diversas trilhas na família metalmecânica. Depois, você pode complementar com cursos de leitura e interpretação de desenhometrologia e boas práticas de segurança.


Dicas para acelerar:

  • Monte um portfólio simples (fotos de peças e estruturas que você soldou, com autorização).

  • Peça feedback de alguém mais experiente (instrutor, líder).

  • Fique de olho em processos seletivos de empresas, paradas de manutenção e obras.

  • Se tiver oportunidade, busque certificações internas da empresa ou qualificações de soldador quando exigirem (principalmente em setores como naval e óleo & gás).

  • Acompanhe materiais do SENAI/CNI sobre demanda de mão de obra — o Mapa do Trabalho Industrial 2025-2027 indica que áreas como construção e metalmecânica (onde estão os trabalhadores de soldagem e corte) seguem pedindo profissionais qualificados. 


Habilidades necessárias para a profissão


Antes de decorar nomes de processos, foque em hábitos:

  • Atenção à segurança (EPI sempre; respeitar área de risco).

  • Organização (checklist de ferramentas e materiais).

  • Capricho e paciência (fazer bem feito, sem pressa).

  • Leitura de instruções (entender o que foi pedido).

  • Comunicação (tirar dúvidas, avisar problemas).

  • Trabalho em equipe (se entrosar com montadores, caldeireiros, pintores).

  • Condicionamento físico (postura, alongamento, hidratação).

  • Responsabilidade (cumprir prazos e manter o posto limpo).

  • Vontade de aprender (cursos curtos, novas técnicas, boas práticas).


Essas competências são treináveis. Cursos do SENAI e a própria rotina de trabalho ajudam a desenvolver o “olho bom” para qualidade e segurança.


Salário médio


Segundo o Portal Salario (base CAGED), soldador (CBO 7243-15) recebe, em média, R$ 3.150,68/mês no Brasil para 44 horas semanais (amostra de 254.010 vínculos em 12 meses). Em 06 de agosto de 2025, a faixa registrada era de R$ 3.064,63 (piso) a R$ 5.246,19 (teto), variando por estado, cidade, segmento e experiência. Lembre que isso é salário base CLT: adicionais (periculosidade/insalubridade), horas extras e bônus não entram nessa média. O site também mostra setores que mais contratam (montagem industrial, instalação de máquinas, caldeiraria pesada, etc.).


Em algumas cidades e segmentos, os valores podem ser maiores (especialmente em montagem industrial e manutenção pesada). Use os painéis por estado/cidade do Portal Salario para comparar sua região.


Local e ambiente de trabalho


O soldador trabalha em ambientes variados: oficina, fábrica, canteiro de obras, estaleiro, refinaria, usina e até eólicas (na fabricação de torres e estruturas). A rotina combina:

  • preparo de peças,

  • execução da solda e

  • acabamento e inspeção simples, sempre com EPI e organização do posto.


Em canteiros, a NR-18 orienta o trabalho a quente (proteção do entorno, ventilação, cuidado com materiais inflamáveis, etc.); em estaleiros, a NR-34 traz regras específicas para solda em cascos e tubulações. Em refinarias e indústrias, há paradas de manutenção com equipes maiores e ritmo acelerado. Em qualquer lugar, respeitar procedimento, sinalizar área e manter equipamentos em bom estado é o que garante segurança e qualidade.


Mercado de trabalho


O mercado para soldadores no Brasil é dinâmico e acompanha as ondas da indústria e da infraestrutura. Três vetores ajudam a entender o cenário atual:


1) Demanda industrial e formação de genteMapa do Trabalho Industrial 2025-2027 (SENAI/CNI) estima que o país precisará qualificar cerca de 14 milhões de profissionais no período — com destaque para ConstruçãoManutenção e Metalmecânica (onde se encontram os trabalhadores de soldagem e corte). Essa projeção se repete em releases oficiais e materiais regionais, reforçando que a base industrial vai continuar pedindo gente com qualificação prática e hábitos de segurança. Para quem é soldador, isso se traduz em vagas recorrentes em montagem de estruturas, manutenção e linhas de produção.


2) Retomada naval e óleo & gássetor naval voltou ao radar com aprovação de recursos do FMM (Fundo da Marinha Mercante) para renovar a frota e fortalecer estaleiros — sinal positivo para quem trabalha com solda em cascos e tubulações. Em paralelo, o ecossistema de óleo & gás tem movimentado contratações e parada de plantas, o que costuma puxar equipes de manutenção (incluindo soldadores) direta e indiretamente. Houve, por exemplo, anúncio de 1.780 contratações em 2025 por parte da Petrobras, e a subsidiária Transpetro prepara nova licitação para construção de barcaças — passos que pressionam cadeias de fornecedores e obras.


3) Energia e infraestruturaA agenda de energia renovável segue forte no Brasil, com estudos da própria indústria analisando geração de empregos no setor eólico (fabricação, montagem, operação e manutenção). A fabricação de torres, naceles e componentes metálicos usa solda em várias etapas. Obras públicas e privadas (galpões, pontes, indústrias, agro) também mantêm procura constante por profissionais que entregam segurança e qualidade. Para quem entra agora, é um bom momento para formar base em solda, leitura de desenho, metrologia e NRs, construindo um perfil empregável em diferentes frentes.


Como aproveitar na prática


  • Qualifique-se (SENAI e cursos livres sérios) e mantenha certificados organizados.

  • Monte portfólio de peças e estruturas (com autorização da empresa).

  • Busque nichos: manutenção industrial, montagem de estruturas, naval, óleo & gás, eólico.

  • Capriche na segurança — empresas valorizam zero acidente e rotina de checklists.

  • Acompanhe notícias de obras, licitações e paradas de manutenção na sua região.

Desafios

  • Vagas podem oscilar por região e ciclo (obra termina, demanda cai; obra nova abre, demanda sobe).

  • Exige condicionamento físico e postura profissional (pontualidade, cuidado com EPI).

  • Evite informalidade sem proteção: registre acordos e entenda seus direitos.


No geral, quem combina boa formação práticasegurança e qualidade encontra trabalho com frequência — e pode crescer para líder de soldainspetor de qualidade ou migrar para áreas de caldeiraria e montagem, ampliando ganhos.


Perguntas frequentes sobre a profissão


1) Preciso de faculdade para ser soldador? Não. O caminho comum é curso de qualificação (como os do SENAI) + prática supervisionada. Depois, dá para buscar qualificações específicas quando o setor exigir.


2) É perigoso? Toda atividade com “trabalho a quente” tem riscos, mas há normas e procedimentos para reduzir perigos (NR-18 na construção, NR-34 em estaleiros). Com EPI, organização e atenção, dá para trabalhar com segurança.


3) Dá para crescer na carreira? Sim. Com experiência, você pode virar soldador sêniorlíder, atuar em setores melhor remunerados (naval, óleo & gás, eólico) ou migrar para caldeiraria e inspeção.


4) Onde tem mais vaga? Depende do ciclo da sua região. Em geral, construçãometalmecânicamanutenção industrialnaval e energia são polos constantes de contratação — acompanhe obras e paradas próximas.


5) Quanto ganha? A média CLT nacional ficou em torno de R$ 3,15 mil/mês em agosto/2025, variando por estado, segmento e experiência. Em montagem industrial e manutenção pesada, a faixa costuma ser maior.


Links e vídeos úteis


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