Tecnólogo Radiológico
- victornunes88
- 22 de ago.
- 8 min de leitura
Se você gosta de tecnologia, tem cuidado com pessoas e curte ambientes dinâmicos de hospital e clínica, o Tecnólogo em Radiologia pode ser um ótimo caminho. Esse profissional é quem prepara pacientes, opera equipamentos de diagnóstico por imagem (como raios X, tomografia e ressonância), apoia equipes em radioterapia e medicina nuclear, organiza rotinas e, principalmente, garante segurança radiológica para todos.
O Tecnólogo atua em equipes multiprofissionais, sempre ao lado e sob supervisão médica nos serviços de imagem. A Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) descreve o trabalho em clínicas, hospitais e laboratórios, geralmente em escala de turnos e com atenção a riscos específicos do ambiente. Para exercer a profissão, é comum realizar registro no CRTR (Conselho Regional) ligado ao CONTER, que regulamenta a inscrição de técnicos e tecnólogos na área.

O que é um Tecnólogo em Radiologia
É um profissional de nível superior (tecnologia) formado em Curso Superior de Tecnologia em Radiologia — uma graduação de curta duração (geralmente 2 a 3 anos) listada no Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia (CNCST) do MEC. O curso combina fundamentos de anatomia, princípios de imagem, radioproteção, organização de serviços e prática supervisionada. Após formado(a), o caminho usual é solicitar inscrição profissional no CRTR para atuar legalmente.
Além da formação, a profissão é cercada por normas de segurança. A RDC 611/2022 (Anvisa) define requisitos para funcionamento dos serviços de radiologia diagnóstica/intervencionista, enquanto a CNEN NN 3.01/2024 traz requisitos básicos de radioproteção e segurança radiológica. Em bom português: você trabalha com tecnologia que ajuda a salvar vidas, mas faz isso com método e cuidado, seguindo regras claras.
O que faz
Recebe e prepara pacientes, explicando o exame de forma simples e acolhedora.
Opera equipamentos de raios X, tomografia, ressonância, mamografia e densitometria (conforme habilitação do serviço).
Realiza posicionamento correto e usa dispositivos de proteção para reduzir exposição.
Ajusta protocolos e parâmetros do aparelho conforme o exame e as orientações do serviço.
Confere qualidade das imagens, repetindo exames só quando necessário.
Organiza a sala de exames e cuida de limpeza/assepsia e do descarte correto de materiais.
Registra informações do atendimento (identificação, preparo, ocorrências) em sistemas do serviço.
Monitora o dosímetro pessoal e segue rotinas de proteção radiológica.
Apoia radioterapia e medicina nuclear (quando o serviço oferece), seguindo protocolos específicos.
Comunica-se com a equipe médica/enfermagem para priorizar casos e garantir segurança.
Contribui na manutenção básica e reporta falhas dos equipamentos.
Ajuda na organização de agenda e fluxo de pacientes.
No dia a dia, o foco é gente + imagem + segurança. A CBO ressalta que esses profissionais atuam em equipe supervisionada por médicos, e a RDC 611 detalha o que um serviço de radiologia deve ter para funcionar (rotinas, responsabilidades e controle de exposições). Isso quer dizer que, além de “apertar botões”, você cuida do paciente, documenta cada passo e trabalha em time.
Responsabilidades
Cumprir protocolos de radioproteção (uso de EPI, colimação, tempo/distância/barreiras).
Usar e acompanhar o dosímetro e os relatórios de dose.
Garantir identificação correta do paciente e do exame solicitado.
Preparar a sala, checar equipamentos e materiais antes de cada exame.
Posicionar o paciente de forma segura e confortável.
Minimizar repetições e otimizar dose sem perder qualidade.
Comunicar eventos e intercorrências à equipe imediatamente.
Registrar tudo no prontuário/sistema (procedimento, parâmetros, observações).
Respeitar sigilo e ética no trato das informações e imagens.
Participar de treinamentos e reciclagens obrigatórias do serviço.
Colaborar na educação do paciente (orientações pré e pós-exame).
Seguir fluxos da RDC 611 e demais políticas internas do serviço.
Essas responsabilidades existem para garantir que o atendimento aconteça com qualidade e segurança. A CNEN NN 3.01/2024 reforça a importância de capacitação contínua em proteção radiológica; já a RDC 611/2022 organiza os requisitos sanitários e de controle de exposições em serviços de radiologia.
Áreas de atuação
Radiodiagnóstico: raios X, tomografia, ressonância, mamografia, densitometria.
Radioterapia: apoio em simulação, planejamento e rotina de tratamento.
Medicina nuclear: preparo, posicionamento e rotinas do serviço (com protocolos próprios).
Hemodinâmica e intervencionismo: suporte a procedimentos guiados por imagem.
Odontologia e veterinária: serviços de imagem nessas especialidades.
Gestão de imagem (PACS/RIS): organização de fluxos e qualidade de imagem.
Comercial/treinamento: empresas de equipamentos e soluções para diagnóstico.
A RDC 611/2022 vale para serviços diagnósticos e intervencionistas (inclusive unidades móveis), e a CBO mostra que esses profissionais atuam principalmente em hospitais, clínicas e laboratórios. Há espaço também em centros de radioterapia e medicina nuclear, além de funções de gestão e treinamento conforme sua experiência cresce.
Como se tornar um
Conclua o Ensino Médio e ingresse em um Curso Superior de Tecnologia em Radiologia reconhecido. O curso aparece no CNCST (Catálogo do MEC) e costuma durar de 2 a 3 anos, com aulas teóricas, práticas e estágio. Verifique a situação do curso na instituição (portarias de autorização/renovação).
Aproveite a graduação: foque em radioproteção, rotinas de serviço, atendimento ao paciente, além de familiarizar-se com sistemas (RIS/PACS). Se puder, faça iniciação ou monitoria em áreas de interesse.
Estágio: entre cedo na prática. A vivência em raios X, TC, RM e mamografia ajuda a decidir suas primeiras habilitações.
Registro profissional: formado(a), solicite inscrição no CRTR do seu estado (vinculado ao CONTER), enviando diploma/histórico e demais documentos exigidos. O registro é o que te habilita a assinar como profissional.
Capacitações curtas: cursos de mamografia, TC, RM, radioterapia e qualidade de imagem aumentam sua empregabilidade.
Atualização constante: acompanhe mudanças da RDC 611/2022 e da CNEN NN 3.01/2024, que exigem treinamento contínuo.
Habilidades necessárias para a profissão
Mais do que dominar todas as máquinas no primeiro dia, o mercado valoriza postura:
Acolhimento e comunicação com pacientes e família.
Atenção a detalhes (identificação, posicionamento, parâmetros).
Organização (agenda, preparo da sala, checklists).
Trabalho em equipe (médicos, enfermagem, físico médico, TI).
Disciplina em segurança (radioproteção e higienização).
Gestão de tempo (turnos e plantões).
Curiosidade tecnológica (aprender novos fluxos e softwares).
Resiliência (lidar com urgências e rotinas repetitivas com qualidade).
Salário médio
Segundo o Portal Salario.com.br (baseado em CAGED/eSocial), em 06/08/2025 o salário médio nacional do Tecnólogo em Radiologia (CBO 3241-20) foi de R$ 2.878,03/mês, para jornada média de 28h semanais. A faixa típica variou entre R$ 2.799,43 (piso) e R$ 4.725,19 (teto), com diferenças por estado, porte da empresa, especialidade e experiência. A mesma fonte detalha variações por setor (hospitais, serviços de imagem) e níveis (I, II, III). Lembre que adicionais (noturno, insalubridade) e acordos locais podem alterar o total.
A Lei 7.394/1985 — que rege as profissões das técnicas radiológicas — prevê jornada semanal de 24 horas e adicional de 40% por risco/insalubridade. Na prática, a aplicação pode variar conforme contratos e decisões judiciais, mas é importante conhecer seus direitos legais ao negociar.
Local e ambiente de trabalho
Você pode atuar em hospitais, clínicas de imagem, serviços de radioterapia/medicina nuclear, unidades móveis e centros de especialidades. O ambiente costuma ser climatizado, com regras de acesso e protocolos de segurança para equipe e pacientes. Rotinas incluem plantões e trabalho em turnos, especialmente em pronto-atendimento e hospital. Como o serviço lida com radiação ionizante, há barreiras físicas, sinalização, dosimetria e procedimentos de radioproteção — todos descritos em normas específicas.
A RDC 611/2022 define os requisitos sanitários para organização e funcionamento desses serviços (responsabilidades, controle de exposições, documentação). Já a CNEN NN 3.01/2024 estabelece requisitos básicos de radioproteção e segurança radiológica, reforçando treinamento contínuo e resposta a incidentes. Em resumo: é um trabalho em que cada passo é padronizado para que a experiência seja segura e humana.
Mercado de trabalho
O mercado é estável e acompanha a demanda por exames no SUS e na saúde suplementar. Três movimentos ajudam a entender o cenário atual:
1) Saúde suplementar em expansão recenteA ANS reportou aumento do número de beneficiários de planos médico-hospitalares em 2025 (mais de 52,8 milhõesem junho/2025, +2,7% em 12 meses), o que tende a puxar a demanda por serviços diagnósticos — especialmente nas capitais e regiões metropolitanas. Mais pessoas com plano significam mais exames e maior pressão por eficiência dos centros de imagem.
2) Regras e qualidade impulsionando serviçosA publicação da RDC 611/2022 modernizou as exigências para radiologia diagnóstica/intervencionista (incluindo telerradiologia e unidades móveis), e a revisão da CNEN NN 3.01/2024 atualizou requisitos de radioproteção. Serviços que se adaptaram melhor a essas normas ganham vantagem competitiva — e buscam profissionais bem treinados para cumprir e documentar rotinas. Para quem está começando, mostrar domínio de checklists, dosimetria e fluxos seguros pode ser o diferencial na entrevista.
3) Tendências tecnológicasCentros e redes de imagem apontam digitalização de processos, integração RIS/PACS, telerradiologia e uso crescente de IA para apoio à qualidade e organização do fluxo (a IA não substitui pessoas no atendimento, mas ajuda a priorizar e padronizar). O setor acompanha eventos como o CBR 2025, discutindo eficiência operacional, segurança e novas competências de equipes. Para o Tecnólogo, isso significa aprender continuamente e trabalhar melhor em time.
Onde estão as oportunidades?
Hospitais gerais (alto volume e rotatividade de modalidades).
Clínicas de imagem (atendimento ambulatorial e programas de qualidade).
Radioterapia e medicina nuclear (exigem treinamento específico).
Interior e cidades médias com unidades móveis e telerradiologia.
Empresas de equipamentos (aplicações clínicas, treinamento, suporte).
Como se destacarMonte um portfólio simples: (1) um roteiro de acolhimento ao paciente; (2) um checklist de sala (EPI, dosímetro, parâmetros); (3) uma ficha de controle de repetição com ações para reduzir dose; (4) um mini-relatório mostrando como você organiza agenda e fluxo. Além disso, busque certificações curtas (mamografia, TC, RM), mantenha-se por dentro da RDC 611 e da CNEN NN 3.01, e treine comunicação — quem explica bem transmite segurança e melhora a experiência do paciente.
Resumo realista: não é um mercado “explosivo”, mas é constante e necessário. A combinação atendimento humano + domínio de rotinas + segurança garante boa empregabilidade, especialmente em serviços que prezam por qualidade e protocolos.
Perguntas frequentes sobre a profissão
Tecnólogo e Técnico em Radiologia são a mesma coisa? Não. O Técnico (nível médio) e o Tecnólogo (graduação tecnológica) têm formações diferentes. Ambos atuam nos serviços de imagem, mas o Tecnólogo tem formação superior e costuma assumir rotinas mais complexas e de organização do serviço. Ambos se inscrevem no CRTR para atuar.
Tecnólogo emite laudo? O laudo radiológico é um ato médico; a telerradiologia também foi normatizada como exercício da Medicina pelo CFM. O Tecnólogo realiza aquisição e qualidade da imagem, dá suporte técnico e registra o exame — a interpretação e o laudo cabem ao médico.
Preciso de registro para trabalhar? Sim. Após se formar, solicite inscrição no CRTR do seu estado (sistema CONTER/CRTRs) apresentando diploma e documentos exigidos. Sem registro, você não pode exercer a profissão.
Quais normas devo conhecer? Pelo menos a RDC 611/2022 (Anvisa) e a CNEN NN 3.01/2024 de radioproteção. Elas guiam a organização do serviço e sua atuação segura.
Links e vídeos úteis
Inscrição profissional – CONTER (documentos por categoria). (conter.gov.br)
Inscrição no CRTR-SP (passo a passo online). (CRTR SP - CRTR5 SP)
Resolução CONTER nº 14/2017 – inscrição de técnicos e tecnólogos. (Normas Brasil)
RDC 611/2022 (Anvisa) – requisitos para serviços de radiologia (PDF). (CBR)
CNEN NN 3.01/2024 – requisitos básicos de radioproteção (DOU). (JusBrasil)
CBO – Técnico em radiologia e imagenologia (ambiente de trabalho). (Ocupações)
CNCST – Catálogo Nacional (MEC) – cursos superiores de tecnologia. (Serviços e Informações do Brasil)
Curso de Tecnologia em Radiologia – exemplo (UNIFESP). (cursos.siiu.unifesp.br)
Salário do Tecnólogo em Radiologia (2025) – Salario.com.br. (Portal Salario)
CFM – Telerradiologia é exercício da Medicina (Res. 2.107/2014). (LegisWeb)
CBR – Regulamentos e Leis (compilações úteis para a área). (CBR)




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