Web designer
- victornunes88
- 22 de ago.
- 8 min de leitura
Se você curte arte, comunicação e tecnologia — mas sem querer mergulhar no lado mais “código hardcore” — a carreira de web designer pode ser a sua praia. O web designer é quem planeja e cria a aparência e a experiência dos sites: pensa no layout das páginas, escolhe as fontes, as cores, as imagens e como tudo se organiza para que o visitante encontre o que procura sem se perder.
No dia a dia, esse profissional participa de projetos reais de empresas, lojas virtuais, escolas, ONGs e influenciadores, dando vida a conteúdos e serviços na internet. É um trabalho criativo, colaborativo e com impacto direto no resultado das marcas, porque um bom site ajuda a vender, a informar e a encantar.
Este guia foi escrito para estudantes do ensino médio, com linguagem simples e foco no que realmente importa para começar. Ele segue a mesma linha editorial do nosso Guia das Profissões, para manter consistência e facilitar sua leitura.

O que é um web designer
Web designer é o profissional responsável por conceber a parte visual e a experiência de navegação de sites e páginas. Ele transforma ideias e objetivos de uma marca em telas claras, bonitas e fáceis de usar. Em vez de aprofundar em programação, o foco do web designer está em layout, tipografia, paleta de cores, organização de conteúdo, usabilidade e acessibilidade básica.
Na prática, ele atua como um “arquiteto da informação”: entende quem é o público, define a hierarquia do conteúdo (o que aparece primeiro, o que vem depois), cria rascunhos (wireframes) e protótipos navegáveis, e acompanha a implementação junto de desenvolvedores e time de marketing. Em empresas pequenas, pode também publicar páginas em plataformas conhecidas (como construtores visuais e CMS), sem precisar escrever código do zero. O resultado final é um site que funciona bem em diferentes telas (computador e celular), comunica a mensagem da marca e facilita a vida de quem visita.
O que faz
Cria layouts de páginas (home, páginas internas, páginas de produto etc.).
Define paleta de cores, tipografia e estilos visuais alinhados à marca.
Organiza a informação em menus, seções e blocos fáceis de navegar.
Produz ou orienta a criação de imagens, ícones e banners.
Monta protótipos navegáveis para validar ideias com clientes e usuários.
Ajusta o design para telas de celular e tablet (design responsivo).
Publica e atualiza páginas em plataformas como CMS e construtores visuais.
Coopera com redatores, social media e desenvolvedores do time.
Testa a navegação com pessoas reais e corrige pontos confusos.
Aplica noções de acessibilidade (contraste, tamanho de fonte, textos alternativos).
Revisa desempenho visual (peso de imagens, carregamento de elementos).
Mantém bibliotecas de componentes e guias de estilo simples do site.
Além dos itens acima, o web designer participa de reuniões de briefing, entende objetivos de negócio (por exemplo, aumentar pedidos de um e-commerce ou inscrições em um curso), transforma isso em soluções visuais e acompanha a evolução do projeto. Em muitas empresas, também mede resultados básicos (como taxa de cliques em um banner) e propõe pequenas melhorias contínuas.
Responsabilidades
Entender o público e os objetivos do site antes de desenhar.
Manter a identidade visual consistente em todas as páginas.
Garantir legibilidade (tamanhos de fontes, contraste e espaçamento).
Priorizar uma navegação simples e lógica.
Respeitar prazos e organizar bem os arquivos do projeto.
Solicitar e incorporar feedback de clientes e times internos.
Preparar imagens otimizadas (peso e dimensões) preservando qualidade.
Documentar o básico: paleta, fontes, botões e componentes usados.
Acompanhar a publicação e validar se o site ficou fiel ao design.
Observar regras gerais de privacidade (como formulários mais claros) e boas práticas.
Zelar pela acessibilidade mínima (descrições de imagens, rótulos de botões).
Atualizar o site periodicamente para manter conteúdo e estética atuais.
Essas responsabilidades combinam visão criativa com disciplina de execução. O web designer não trabalha isolado: conversa com marketing, produto e tecnologia, e lida com feedbacks de clientes. O cuidado com detalhes (como o tamanho de um botão no celular) e com o todo (a história que a página conta) faz a diferença entre um site “ok” e um site que dá orgulho.
Áreas de atuação
Agências e estúdios de design: criação de sites para múltiplos clientes e segmentos.
E-commerce e varejo: páginas de produto, vitrines, banners e campanhas sazonais.
Empresas de tecnologia e startups: sites institucionais, áreas de produto e landing pages.
Freelancer/autônomo: atendimento direto a pequenos negócios, profissionais e ONGs.
Marketing digital: páginas para anúncios, captação de leads e lançamentos.
Educação e cultura: sites de escolas, cursos, eventos, museus e coletivos.
Setor público e terceiro setor: portais informativos e serviços ao cidadão.
Em todas essas frentes, a rotina mistura criação visual e atenção à experiência do usuário. Em e-commerce, por exemplo, o foco costuma ser conversão (vender). Em projetos culturais, a prioridade pode ser contar uma história visual envolvente. Já no trabalho autônomo, entram também tarefas de atendimento, orçamento e cronograma.
Como se tornar um
Você pode começar ainda no ensino médio. Se a sua escola oferece disciplinas de arte, comunicação visual ou projetos criativos, aproveite para treinar composição e olhar estético. Vale também participar de feiras e clubes de tecnologia/empreendedorismo.
Depois, existem vários caminhos de formação:
Cursos técnicos e tecnológicos (ex.: Técnico em Informática para Internet; Tecnólogo em Design, Design Gráfico ou Mídias Digitais) costumam ser diretos e práticos.
Cursos livres em plataformas reconhecidas (escolas de design e marketing, centros como SENAC e instituições locais) ajudam a montar a base em layout, tipografia, UX básica e ferramentas de prototipagem/edição.
Faculdades de Design/Design Gráfico ampliam repertório, história do design, projeto e portfólio.
Em paralelo, monte um portfólio com 4–6 projetos: pode ser redesign de um site que você gosta, uma landing page fictícia para uma lanchonete do bairro, um site para um evento da escola. Use plataformas como Behance e Dribbblepara publicar, e redes como LinkedIn para contar sua história. Busque estágio em agências locais, freelas pequenos com clientes reais e participação em comunidades de design (eventos, grupos, hackathons). O combo “portfólio + atitude + prática” é o que mais abre portas no começo.
Habilidades necessárias para a profissão
Criatividade e senso estético (formas, cores, equilíbrio visual).
Comunicação clara para explicar ideias e ouvir feedback.
Organização e gestão do tempo para lidar com prazos e revisões.
Curiosidade e atualização constante sobre tendências visuais e de consumo.
Empatia com o usuário: pensar na pessoa que vai usar o site.
Noções de usabilidade e acessibilidade (contraste, leitura, navegação simples).
Atenção a detalhes sem perder a visão do todo.
Trabalho em equipe com marketing, conteúdo e tecnologia.
Noções de marketing digital (objetivos, funil, chamada para ação).
Essas habilidades, somadas ao treino com ferramentas de design e publicação de páginas, formam a base para uma atuação segura e profissional — mesmo em projetos pequenos.
Salário médio
Os salários variam conforme tamanho da empresa, cidade, nível de experiência e forma de contratação (CLT, PJ ou freela). Dados recentes do salario.com.br para o cargo “Desenhista de Páginas da Internet (Web Designer)” indicam média de R$ 3.642/mês, com piso em torno de R$ 3.543 e teto de R$ 7.936 para CLT, atualização de 06 de agosto de 2025, com base em mais de 33 mil vínculos do CAGED.
Plataformas de mercado que coletam salários reportados por profissionais e vagas também ajudam a enxergar a faixa: a Glassdoor indica média nacional próxima de R$ 3,6 mil/mês, e no Rio de Janeiro a média gira em torno de R$ 3,2 mil/mês, mostrando variação regional.
Para freelancers, a renda depende do número de projetos, do nível (júnior, pleno, sênior) e do tipo de cliente. Em geral, quem organiza um bom pipeline (captação, proposta clara e calendário de produção) tende a estabilizar ganhos com o tempo. Lembre que valores podem mudar com o cenário econômico e a demanda por sites em cada região.
Local e ambiente de trabalho
O web designer pode atuar em agências, empresas (dentro do time de marketing ou produto), startups, estúdios e como autônomo. O ambiente é majoritariamente digital, com reuniões por videochamada, ferramentas de colaboração (para trocar ideias e versões) e ciclos de revisão. Em empresas, o ritmo costuma seguir sprints ou cronogramas de campanha; em agência, é comum lidar com diversos clientes ao mesmo tempo; como freela, você define o fluxo e equilibra criação com atendimento e administrativo.
O espaço físico vai do home office aos escritórios híbridos, passando por coworkings. O clima de trabalho é colaborativo: você conversa com pessoas de conteúdo, marketing de performance, produto, vendas e tecnologia. Em muitos projetos, o web designer também participa de testes rápidos com usuários (mostrar um protótipo para entender se a navegação faz sentido), o que deixa a rotina dinâmica e com aprendizado contínuo. O essencial é ter um ambiente tranquilo para focar, bom acesso à internet e equipamentos capazes de rodar as ferramentas de criação.
Mercado de trabalho
O mercado para web designers no Brasil acompanha a digitalização de empresas e o crescimento do e-commerce, que tem mantido trajetória de alta. Em 2024, o comércio eletrônico faturou R$ 204,3 bilhões no país, 10,5% a mais que no ano anterior, segundo a ABComm; há projeções de novo avanço em 2025. Esse movimento significa mais lojas virtuais, mais páginas de produto e mais campanhas digitais, abrindo espaço para quem cria a experiência visual dessas interfaces.
Relatórios como o Webshoppers, referência do setor, mostram que 2024 já tinha fechado o primeiro semestre com R$ 160,3 bilhões em vendas on-line, o que reforça a tendência positiva para projetos digitais. Para web designers, isso se traduz em demanda por layouts claros, páginas rápidas e acessíveis, além de atenção a dispositivos móveis, já que grande parte das compras e acessos ocorre pelo celular.
Ao mesmo tempo, pesquisas globais indicam um mercado mais competitivo e que valoriza a colaboração entre design e desenvolvimento. Um relatório recente da Figma aponta queda no otimismo de designers em 2025 quando comparado a anos anteriores, reforçando a importância de portfólio forte, networking e aprendizado contínuo para se destacar. Quem combina base sólida de design com boa comunicação e entendimento de metas de negócio tende a ser mais disputado.
Para quem está começando, algumas estratégias funcionam bem:
Nicho: atender segmentos específicos (ex.: restaurantes, clínicas, estúdios de tatuagem) facilita indicar cases e entender padrões.
Parcerias: trabalhar com desenvolvedores, fotógrafos e redatores aumenta a qualidade do pacote entregue.
Portfólio vivo: atualizar projetos com antes/depois e resultados (ex.: “deixamos a página 30% mais rápida e aumentamos cliques no botão principal”).
Canais locais: divulgar serviços em grupos da cidade, associações de bairro e eventos escolares/universitários.
Freelas de entrada: projetos pequenos pagos (cartas de vendas, landing pages simples) constroem reputação e confiança.
Mesmo com variações econômicas, o Brasil tem uma base enorme de pequenos e médios negócios que precisam de presença digital — e muitos ainda não têm um site bom. Some a isso a constante renovação de páginas institucionais, campanhas sazonais e lançamentos de produtos, e você verá um campo de atuação amplo. O recado é: quem coloca o usuário no centro, entrega com qualidade e cuida bem do relacionamento com clientes encontra oportunidades reais.
Perguntas frequentes sobre a profissão
1) Preciso saber programar para ser web designer? Não. Ter noções de como uma página é construída ajuda na conversa com desenvolvedores e na publicação, mas o foco do web designer é visual + experiência. Você pode usar construtores visuais e CMS sem código.
2) É possível trabalhar de casa? Sim. Muitos web designers atuam 100% remoto ou em esquema híbrido, especialmente em projetos com equipes distribuídas.
3) Por onde começo o portfólio se ainda não tenho clientes? Crie projetos autorais (redesign de um site conhecido, uma landing page para um evento escolar, um site de ONG fictícia). Explique o objetivo, o processo e o resultado.
4) Qual a diferença entre web designer e UX/UI designer? As áreas se cruzam. Web designer é mais focado em sites (visual e navegação). UX/UI trabalha experiência e interface em vários produtos digitais (aplicativos, sistemas, etc.). Você pode migrar ou combinar no futuro.
5) Dá para crescer na carreira? Sim. Os caminhos comuns incluem pleno/sênior, liderança de design, especialização em e-commerce/landing pagesou migração para produto (UI/UX).
Links e vídeos úteis
Webshoppers (relatório oficial do e-commerce no Brasil, versão gratuita):
https://nielseniq.com/global/pt/landing-page/ebit/nielseniq-ebit-brasil/webshoppers/ (NIQ)
Dados abertos da ABComm sobre faturamento do e-commerce:
https://dados.abcomm.org/ (dados.abcomm.org)
Tendências 2025 para designers e desenvolvedores (Figma):
https://www.figma.com/pt-br/reports/designer-developer-trends/ (Figma)
Panorama do mercado de web design no Brasil (artigo introdutório):
https://programae.org.br/web/como-esta-o-mercado-de-web-designer/ (Portal de Noticias)
Mapa de Carreiras: Web Designer (salário e trilha):
https://www.vagas.com.br/mapa-de-carreiras/cargos/web-designer/0 (Vagas)
Salário.com.br – Web Designer (dados CLT atualizados):
https://www.salario.com.br/profissao/desenhista-de-paginas-da-internet-web-designer-cbo-262410/(Portal Salario)
Glassdoor – média salarial de Web Designer no Brasil:
https://www.glassdoor.com.br/Sal%C3%A1rios/web-designer-sal%C3%A1rio-SRCH_KO0%2C12.htm(Glassdoor Brasil)




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